Reclamação // Caixa Econômica está realizando uma triagem dos clientes para direcioná-los ao atendimento correto antes da abertura da agência

A Caixa Econômica Federal retomou ontem suas atividades após 27 dias de greve dos funcionários, com agências lotadas, longas filas e reclamações dos clientes. A demanda acumulada pela paralisação de quase um mês, principalmente de usuários do programa Bolsa Família e outros benefícios, como o seguro desemprego, levou muita gente às portas dos postos de atendimento antes das 8h. Para dar conta da procura, a Caixa está realizando uma triagem dos clientes para direcioná-los ao atendimento correto antes da abertura da agência.

De acordo com a assessoria de imprensa da superintendência regional da Caixa, todos os serviços oferecidos pela instituição, incluindo concessão de crédito, financiamento habitacional, atendimento ao trabalhador e serviços sociais, já foram retomados ontem mesmo. Se houver a necessidade, ainda segundo a Caixa, o horário de atendimento nas agências poderá ser estendido, como aconteceu ontem na do Cais do Apolo.

Na Região Metropolitana do Recife, o atendimento está sendo realizado das 10h às 16h, com exceção do Cabo de Santo Agostinho, Ipojuca, Igarassu e Itamaracá, que ajustaram seu serviço ao horário de verão (9h às 15h), assim como no interior, que está funcionando das 9h às 14h. A Caixa possui 81 unidades em Pernambuco, mas a própria instituição orienta os clientes a verificarem se sua necessidade pode ser atendida em um dos postos de atendimento alternativos, como casas lotéricas e rede Caixa Aqui.

Na agência da Encruzilhada, foi necessário formar uma fila no pátio externo, para organizar os beneficiários de programas sociais do governo. Depois que as senhas eram distribuídas, muitos precisaram aguardar a tarde inteira para serem atendidos. Foi o caso da auxiliar administrativa Érika Maria Rodrigues, 27 anos. Ela conta que chegou ao posto ao meio-dia para retirar o Bolsa Família e, às 15h, ainda aguardava seu número ser chamado. "Deveriam dar preferência aos idosos ou quem está com criança novinha", reclamou.

Dentro da agência, uma discussão com clientes fez com que os funcionários chamassempoliciais militares para garantir proteção. "Uma senhora se exaltou por causa da demora, e os outros clientes a apoiaram. Mas terminou tudo bem", contou o bancário Wéllington Antônio da Silva, 47 anos, que foi à agência retirar um ano do PIS. "Esperei duas horas. Achava que seria até mais", suspirou.

A paralisação, de qualquer modo, prejudicou muita gente. A dona de casa Edna Lúcia Ferreira, 32 anos, aguardava o pagamento de pensão do INSS, que deveria ter recebido em 26 de setembro, justamente quando começava a greve. "Ainda não sei quando vamos receber o pagamento atrasado e quando vem o deste mês. Vim aqui todo dia na época da greve, para saber o que acontecia, porque a gente depende desse benefício", disse.

Já os funcionários do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) recusaram ontem a proposta da instituição e resolveram manter a greve. São 25 agências no estado das quais, segundo o Sindicato dos Bancários de Pernambuco, 22 continuam paralisadas. A diretoria do BNB fez uma proposta baseada no acordo realizadonos bancos privados e no Banco do Brasil, em 8 de outubro. Mas os trabalhadores discordaram de questões específicas. Uma nova assembleia está programada para hoje, às 16h.

Fonte: Diario de Pernambuco